Guia Passo a Passo para Adoção do Bitcoin e Lightning Network em Comunidades

Bitcoin: o que é e para que serve.

Bitcoin com letra maiúscula é um sistema de consenso proposto por Satoshi Nakamoto, um anônimo que nunca vendeu as unidades sabidamente adquiridas por ele através da mineração, um sistema sem dono nem sede, em que softwares que aceitam regras de consenso integram seus usuários ao minerar ou transacionar bitcoins (BTC ou XBT). Com letra minúscula, BTC são os tokens, unidades utilizadas para pagar fees (tarifas) e enviar saldos no sistema.

O Bitcoin tem três funções inerentes: garantir comunicação incensurávelmanutenção de saldos (sem custos de custódia e sem possibilidade de expropriação involuntária) e transações imunes a controles de capitais.

Essas três propriedades mitigam poderes dos governos promoverem impostos inflacionários, imprimirem moeda fiduciária; expropriarem/desapropriarem ativos; e, impedirem/censurarem registros públicos.

O Bitcoin deve mudar o mundo mais do que a Internet já mudou. Mesmo que a rede atual seja destruída com o fim da Internet, não há como desinventar a solução para o problema dos Generais Bizantinos com a prova de trabalho, como não há como desinventar a roda ou a pólvora.

Permitindo a manutenção de saldos acessíveis em qualquer lugar e tempo por senha, impede a apropriação de ativos pela violência. Seus bitcoins podem ir para onde você quiser após sua morte, até para ninguém, se não deixar meios de outra pessoa descobrir a respectiva chave privada. Nenhum juiz, político ou burocrata, nem lei ou norma interfere no sistema, não tem quem citar, não tem dono, não há sede, qualquer pessoa interessada pode minerar ou rodar um nó com todas as transações já executadas em qualquer computador conectado à Internet. É a única propriedade privada real hoje. As maneiras de impedir a existência de blockchains sem dono (como o Bitcoin) são mais caras e improváveis que a eliminação da cocaína no mundo – como destruir a Internet globalmente ou um conluio de todos os países impedindo ativamente liberdades básicas de expressão .

Bitcoin em carteira fria criptografada é inconfiscável. Só se pode impedir transações de bitcoins restringindo o acesso à Internet e a todas as formas de comunicação (inclusive carta telefone e rádio) dos seus detentores.

Como a emissão de moedas fiduciárias é exponencial e a de novos bitcoins é desinflacionária (caindo a metade a cada 210.000 blocos), mais bitcoins foram minerados no últimos 3 anos do que serão nos próximos 120, enquanto foram emitidos mais dólares americanos nos últimos dois anos do que em todo século XX:

Assim, a demanda por bitcoins é crescente com mais tributos e abusos de governos (graças a curva de adoção de novas tecnologias, juro negativo, guerra ao dinheiro e totalitarismo crescente) e, em média, seu preço é multiplicado anualmente, batendo todas as classes de ativos em retorno e em índices de risco e retorno (inserir como nota de rodapé comprimido: https://www.twosigma.com/articles/risk-analysis-of-crypto-assets/).

Não existe investimento em regime de juro negativo – só hedge, poupança ou aposta – as alternativas no legacy são perda fixa e variável: as perdas brutais das bolsas e renda fixas (mundialmente) são evidências disso, como foi demonstrado no “Bitcoin Red Pill” (nota de rodapé comprimido: https://www.amazon.com.br/Bitcoin-Red-Pill-Renascimento-Tecnológico/dp/B09F1CV817/ref=tmm_pap_swatch_0?_encoding=UTF8&qid=&sr= ).

Três notícias de “terríveis quedas”do bitcoin – para $400 em 2014; $4000 em 2018; e, $40.000 em 2022:

Bitcoin é poupança e é hedge para quem entende que inflação é aumento da base monetária e não aumento de preços – procedimento que acaba dando ao governo como senhoriagem todos os ganhos tecnológicos e de escala da sociedade. Isso não significa que não hajam formas de capitalizar bitcoins, assumindo esforços e riscos como descrito a seguir – através de nós da LN e serviços de carteira/custódia/intermediação.

A emissão exponencial de moedas puramente fiduciárias (como o real e o dólar); e, pior que isso, os fenômenos do juro real negativo – tabelamento das taxas de juro abaixo do aumento da emissão de moeda, medidas pelas bases monetárias – eliminando as possibilidades de investimento no legacy (sistema convencional) e da guerra ao dinheiro, restrições de uso de moedas alodiais (como ouro, prata, cédulas e moedas) com CBDCs – como o PIX – garantem o aumento de demanda por meios de transação e poupança privados e fora do alcance de políticos (não apenas para as economias negras e cinzas, mas especialmente para dissidentes). Desde 1995, a base monetária (M2) do real subiu quase o dobro do índice ibovespa (descolando a partir das políticas globais de juro negativo após a crise de 2008):

O Bitcoin é um sistema descentralizado, que usa software livre, aberto e transparente, todas as transações e saldos podem ser consultados por qualquer um – embora transações possam ser enviadas por qualquer meio de comunicação (oral, rádio, carta, telefone ou internet), mas também pseudo anônimo – para adquirir ou transacionar bitcoins onchain (em sua blockchain) não é necessário fornecer documentos nem identificações. Empresas que transacionam bitcoins coletam informações de clientes (em processos de KYC/AML) reduzindo sua fungibilidade, porém existem soluções para aumentar sua fungibilidade – como o uso de soluções offchain, como a lighting.

Para quem acredita que os governos são ilegítimos, por serem violentos, Bitcoin é imperativo moral, por ser a única forma de retirar poder de governos, sem violência.

Para quem entende que não existe investimento nem poupança em juro negativo, ao constatar a demonetização do ouro, imóveis e ações sistematicamente perdendo do aumento da base monetária, Bitcoin é um imperativo pragmático para evitar a obliteração financeira.

Para quem compreende que o gold standard (o padrão ouro) não funcionou porque não havia como facilmente comprovar saldos dos devedores nem como facilmente comprovar veracidade/pureza, bitcoin é o colateral supremo: qualquer um pode provar o controle de saldos assinando mensagem e esquemas de multisig podem ser programados condicionando o movimento de saldos apenas com assinaturas de diversas partes (como ambos contratantes ou um dos contratantes com árbitro). Por isso, sintéticos de bitcoin tendem a substituir mercados de moedas, ações e mais ativos financeiros regulados, com enormes vantagens – demonetizando-os ainda mais.

No futuro, taxas de juros tendem a ser mais baixas que na época na qual os insolventes pagavam com sua própria escravidão e de suas famílias como último colateral das dívidas – elevando a produtividade global, reduzindo preferências temporais e reduzindo a violência. Bitcoins vão ser como títulos nobiliárquicos que seus detentores poderão manter padrão de vida alto, apenas alavancando os gastos do consumo em moedas/ativos de qualidade inferior como reserva de valor – enquanto elas ainda existirem; e, adquirindo terras soberanas, durante e após o colapso dos Estados.

Para quem busca ser livre, adotar o padrão bitcoin é o fim dos controles de capitais, expropriações involuntárias e imposto inflacionário por diluição.

Adotar o “padrão bitcoin” (nota de rodapé, comprimir: https://www.amazon.com.br/Padrão-Bitcoin-alternativa-descentralizada-central/dp/9949745721) é mudar motivações: poupar e trabalhar ganham valor sobre ócio e consumo, investimentos em aumento de renda, produtividade e reputação passam a ser mais atrativos. Indivíduos, famílias, empresas e até governos têm passado por esse processo de Renascimento moral, material e tecnológico: o abandono das moedas fiduciárias é a renúncia ao sistema em que vale a pena ser oportunista e, por isso, a miséria, terror, corrupção e violência imperam.

Se o Bitcoin der errado, “você não terá nada e será feliz”, ou seja não terá qualquer propriedade ou direito e os dissidentes (insatisfeitos) serão eliminados. A única maneira de evitar o BTC (ou solução semelhante de consenso por prova de trabalho) é proibindo em absoluto (em todos os países do mundo) livre expressão, privacidade e propriedade. Se der certo, quem tirou a riqueza dos bandidos primeiro será a nova nobreza mundial.

TTW(@38bitcoinheiro) é co-autor do Bitcoin Red Pill (https://www.amazon.com.br/Bitcoin-Red-Pill-Renascimento-Tecnológico-ebook/dp/B08KGQ8P65)

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